quinta-feira, 14 de maio de 2015

Tinta

Ela deitou de lado, como se não houvesse mais espaço pra se esticar, encolheu as pernas e suspirou entre as cobertas. Queria a liberdade, a democracia dentro de si mesma, ela queria se pertencer, ela queria tanta coisa que já não cabia mais à ela lutar pelo o que queria. Apenas esperar por um dia em que as coisas se resolvessem sem que ela gasta-se tanto tempo em vão. Então, levantou-se e foi criar o que ainda não existia, foi se deitar nos seus sonhos, na sua liberdade, estinta liberdade que à prendia. Nua mas com o corpo coberto de tinta, ela era feliz de um jeito que ninguém mais compreendia, uma nudez humana, natural de quem nasce pra ser feliz sozinha.

-Aurora

Nenhum comentário:

Postar um comentário